quinta-feira, 27 de agosto de 2009


A aplicação das leis brasileiras


No Brasil as leis são aplicadas de acordo com a importância da pessoa em questão.
Esta semana foi preso pela Polícia Federal um banqueiro famoso junto com outros acusados e após a prisão o Presidente do Supremo Tribunal Federal veio a público dar sua opinião contrária a prisão e já dizendo que daria a liberdade assim que o pedido fosse feito.

Pessoas são presas injustamente e não se vê nenhuma autoridade do judiciário protestar. Há algum tempo a imprensa noticiou que um homem havia sido preso porque retirou uma casca de árvore e uma mulher pegou um ano de prisão por roubar um pote de margarina em um supermercado.

A lei seca está levando muitas pessoas à prisão, mesmo não tendo cometido nenhuma infração e nunca se envolvido em algum ato ilegal. Enquanto isso outras pessoas que tenham avançado o sinal vermelho, feito ultrapassagem em local perigoso, conduzido o veículo em velocidade acima do permitido, tenha ingerido drogas ilícitas não será preso, no máximo terá que pagar multa de trânsito.

Nos últimos anos, muitas figuras importantes foram presas e logo depois libertadas e nunca se viu falar que algum deles tenha sido condenado. A última condenação que se tomou conhecimento foi a do operador do mensalão Marcos Valério que foi condenado a pagar dois salários-mínimos e alguns meses de serviço comunitário e ainda declarou que iria recorrer por achar a pena injusta.

As leis têm aplicação relativa, depende da quantidade e da importância dos advogados contratados para fazer a defesa, quem tiver pouco dinheiro corre o risco de pegar penas mais pesadas.


Vídeo: Leis brasileiras não atendem aos anseios da sociedade
http://tv.estadao.com.br/videos,LEIS-BRASILEIRAS-NAO-ATENDEM-AOS-ANSEIOS-DA-SOCIEDADE,66844,260,0.htm

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Comentários sobre os textos do site observatório da imprensa

A crise dos valores jornalísticos na transição de modelos de produção de notícias

Os problemas atuais enfrentados pela imprensa convencional e pelos projetos de jornalismo na Web se devem à conjuntura de transição de um modelo de comunicação para outro, mais do que a estratégias e equipamentos equivocados.
Claro que indústrias de impressos e audiovisuais como os novos empreendedores digitais cometeram erros e estão pagando por isto. Talvez o maior deles tenha sido encarar as dificuldades atuais como resultado de imperícia ou ignorância.

Estamos vivendo hoje um momento de transição entre um modelo unidirecional, vertical e centralizado de produção de informações para outro multidirecional, horizontal e descentralizado. Como toda transição deste tipo, está presente uma forte dose de incerteza e insegurança, porque não dá para prever com segurança qual será o desfecho da mudança de padrões.
Se é impossível traçar um perfil da atividade informativa no futuro, por outro já temos idéias claras sobre as mudanças de hábitos e valores que estão acontecendo na atividade dos jornalistas autônomos, que não têm vínculos empregatícios.
Tudo muda por conta do surgimento da computação e da internet. Tanto empresários como jornalistas demoram a perceber a profundidade e amplitude das mudanças e o que vemos hoje é uma perplexidade crescente, seguida por um pessimismo contagiante.
A dificuldade em assumir a transição se resume na necessidade de assumir os seus valores, ou seja, de que num momento de incerteza e imprevisibilidade não há mais verdades absolutas. Todos podem ter uma dose variável de razão e que a solução dos problemas vai acontecer pela via da experimentação e reflexão.

Se as indústrias de jornais e audiovisuais, não enxergarem esta realidade ficará difícil entender a natureza da transição, o que complica ainda mais a incorporação de novos valores e rotinas no exercício da atividade informativa.

Crise das agências complica a busca de um novo modelo de negócios para o fotojornalismo

A crise no fotojornalismo parece ser mais grave que a dos jornais .
O pior de tudo é que as iniciativas de distribuir fotografias digitais feitas por pessoas comuns também fracassaram, deixando o mercado totalmente inseguro sobre o futuro desta área do jornalismo visual.
As dificuldades de agências são compreensíveis na medida em que elas cresceram num mercado dominado por poucas empresas. Quando a internet permitiu a distribuição ampla e irrestrita de fotos tiradas com câmeras digitais, a situação mudou radicalmente.
Como as agências dominavam o mercado de fotos de alta qualidade, o impacto inicial não chegou a ser grave. Mas logo em seguida começou a crise nos jornais e revistas dos Estados Unidos e a situação ficou ainda pior, quando em 2005 , fotógrafos profissionais independentes começaram a montar suas próprias agências, operando pela internet.
Três agências online, a Scoopt, Spy Media e a Cell Journalist foram as primeiras a explorar este nicho do mercado, em 2006. Duas delas não duraram mais do que dois anos e a única sobrevivente, a Cell, mudou de ramo. Todas apostaram na possibilidade de adaptar o modelo iStockPhoto para fotos jornalísticas, uma idéia que ainda seduz muita gente mas que não se provou viável financeiramente.
O modelo de agenciamento de fotos produzidas por pessoas comuns assim como o chamado jornalismo cidadão já provaram que funcionam como geradores de redes de colaboradores capazes de produzir excelente material jornalístico, mas até agora não provaram que são sustentáveis economicamente no médio e longo prazos.
A incorporação de milhões de fotógrafos digitais amadores espalhados pelo mundo como fornecedores potenciais de imagens jornalísticas já está produzindo uma avalancha de material visual disponibilizado na web. O que não foi descoberto até agora é se haverá algum tipo de intermediário entre a produção e a publicação de fotos.